Evite disfarçar seus sentimentos, pois eles te conectam às pessoas | CNV
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Evite disfarçar seus sentimentos, pois eles te conectam às pessoas | CNV (3)

Atualizado: 29 de ago. de 2020

O segundo componente da Comunicação Não-Violenta é o SENTIMENTO. Depois de observar sem avaliar ou julgar, é hora de falar sobre como estamos nos sentindo, ou seja, como aquela determinada situação, ação ou conversa nos afetou.


Antes de iniciar a nossa conversa sobre SENTIMENTO, quero te fazer um convite. Se ainda não leu o artigo que fala sobre OBSERVAÇÃO, pode ter acesso clicando aqui, e assim poderá entender melhor sobre o tema de hoje.


Observação na CNV é a capacidade de observar sem julgar, e o sentimento nada mais é do que sermos verdadeiros com nós mesmos, e não reprimir as nossas emoções disfarçando-as com frases vazias que não demostram o que realmente estamos sentindo.


Quando falamos com o coração, somos verdadeiros, e quando a verdade está na frente tudo se resolve mais facilmente.


Desde pequenos estamos acostumados a reprimir certos sentimentos, crescemos com o medo de mostrar o que há dentro de nós pelo receio de sermos julgados ou não ser aceitos socialmente. O homem, por exemplo, costuma crescer acreditando que “homens não choram”.


“Engole o choro, garoto!”, já ouviu essa frase? Pois bem, crescer reprimindo diversos sentimentos pode ser prejudicial porque chega um momento em que o copo está no seu limite e transborda.


Nesse transbordar vem à tona sentimentos guardados há muito tempo e ali podem vir diversos atritos, assim como sentimentos de mágoa, culpa e tristeza.


VOCÊ É RESPONSÁVEL PELO QUE SENTE!


Precisamos entender que nós somos os únicos responsáveis pelo nosso sentimento, pelo que sentimos e expressamos. As outras pessoas podem ser gatilhos para disparar estes sentimentos em nós, mas somos inteiramente responsáveis por aquilo que sentimos, pois os sentimentos são decorrentes das nossas conclusões sobre o ocorrido e não do fato em si.

Se alguém joga sujo com você, a sua reação perante a isso é de inteira RESPONSABILIDADE SUA. Você pode escolher jogar com a mesma moeda, ou observar a situação, analisar e perceber que jogar da mesma forma que o outro não te tornaria uma pessoa melhor.


Ou seja, não podemos culpar o outro pelas nossas reações. Devemos ser responsáveis para somente assim pensar melhor toda vez que formos agir perante qualquer situação. Ao sermos sinceros compreendemos o que está nos afligindo e é mais fácil começar a trabalhar isso de dentro de nós.


Então o combinado é: somos responsáveis inteiramente pelo que sentimos!


Ao entender isso, podemos compreender também que o sentimento do outro não é nossa responsabilidade então não devemos pegar essa carga para si.


Cabe destacar que nos responsabilizar pelo que sentimos significa também expressar ao outro esse sentimento, ou seja, descrever o nosso estado emocional.


Não é dar um diagnóstico, mas dizer se estamos no sentindo tristes ou frustrados quando nossas necessidades não estão sendo atendidas, ou expressar também quando nos sentimos felizes.


Expressar como nos sentimos não é fraqueza e nem algo vergonhoso.


Principalmente nestes tempos em que estamos vivendo é preciso sermos como um livro aberto se tratando das nossas emoções, se não vamos “pirar”.


ATIVIDADE PARA HOJE


Você já perguntou a alguém essa semana como aquela pessoa está se sentindo? Não algo como “estar bem ou mal”, mas realmente enxergar o outro, sentar e escutar mesmo à distância. Pratique isso, se coloque no lugar de ouvinte e tente ouvir com atenção o que o outro tem para te dizer e diga também como você está se sentindo.


Expressões do tipo: “Estou de saco cheio”; “Você me estressa”; “Você não se importa comigo”... são frases que costumamos falar. São palavras vagas que não facilitam uma conexão e limitam o sentimento.


“Estou de saco cheio”, é algo muito amplo e vago. Do que está de saco cheio? Da vida? Da pessoa? Referente a qual ação? Percebe onde quero chegar?


Essa fala você pode trocar por: Estou chateado e apreensivo porque há quatro dias estou querendo ter uma conversa com você e não estou sendo atendido.


Chateado e apreensivo são expressões claras de como estou me sentindo. Outros exemplos de como nós nos sentimos quando as nossas necessidades não estão sendo atendidas, são:


abatido, aflito, agitado, apavorado, chocado, bravo, cansado, ciumento, desapontado, desatento, desconfiado, descontente, desesperado, infeliz, indiferente, horrorizado, impaciente, inquieto, péssimo,, tenso, triste, temeroso, surpreso, preocupado...


Sentimentos também são bons e quando as nossas necessidades são atendidas podemos expressá-los de diversas maneiras ao se sentir:


Agradecido, alegre, aliviado, amoroso, animado, confiante, feliz, encorajado, emocionado, estimulado...


INDO MAIS ALÉM


Vejamos no cotidiano, quando alguém te pergunta: “Olá, como você está?”

Geralmente você responde “Estou bem... Estou indo..”


Verdade? Nesse momento será que você está expressando seu verdadeiro sentimento? Ou você está sendo curto e evasivo?


A partir de hoje que tal expressar seu verdadeiro sentimento?


“Estou triste; Me sinto sozinho; Estou irritado; Estou alegre!; Estou feliz!; Hoje me sinto grato!”


Importante que você saiba que precisa se conhecer para poder expressar o que sente, ou seja, entender o que está sentindo, fazer uma autoanálise para poder lidar com seus sentimentos e não cair na crença de que os outros tem a culpa pelo que você está sentindo.


Quando a responsabilidade é inteiramente nossa podemos lidar melhor com as situações que nos deixam desconfortáveis porque nós somos a solução, ou seja, não dependemos das ações dos outros para nos reerguer.


Ao invés de julgar o outro, fazer um diagnóstico, uma crítica, devemos parar, pensar e analisar o que está por trás do nosso sentimento, ou seja, o porquê de estarmos pensando dessa forma, para somente assim poder entender o outro e praticar a empatia.


Então, a partir de hoje se estiver alegre, fale que está alegre. Se estiver triste, fale que está triste e tente descobrir o motivo desse sentimento sem apontar o dedo no outro. Uma dica: O motivo é sempre um pensamento seu. Se pergunte “O que estou dizendo para mim mesmo para gerar este sentimento?”


É UMA EMOÇÃO OU UM SENTIMENTO?


O sentimento e a emoção caminham juntos, mas não são a mesma coisa. As emoções surgem quando temos uma reação a diversos estímulos. Estes estímulos podem vir de fora ou também podem ser patológicos.


Por exemplo, se alguém planeja para você uma festa de aniversário sem que você saiba, você chega ao local e é surpreendido. A sua reação estampada no rosto pode ser de surpresa ou susto e isso é uma emoção.


Já o sentimento é ligado à emoção, é o que você irá sentir, que está no fundo de você. Em relação ao exemplo da emoção, ao ganhar uma festa surpresa você pode sentir alegria ou raiva por uma surpresa inesperada.


Uma emoção tem a ver com o ambiente e ela é espontânea. O sentimento vai mais a fundo, trata-se das vivências do indivíduo, do ser, uma experiência emocional. O sentimento, diferente da emoção pode ser escondido.


Se eu for surpreendida por uma festa e eu não gostar desse ato, o meu sentimento de descontentamento pode ser disfarçado com um sorriso no rosto.


SÓ MAIS TRÊS!!!


Se você chegou até aqui, já deve saber que faltam MAIS TRÊS ARTIGOS, para eu disponibilizar o link da APOSTILA SOBRE CNV. Essa apostila você poderá ter no seu celular, computador ou onde quiser porque ela é muito prática e estará ao alcance da sua mão!


Ao me acompanhar nesta jornada percebo que você não chegou aqui por acaso e que existe um QUERER! Afinal, todos nós queremos ser escutados e entendidos.


Como já falei antes: CHEGA DE FALAR COM PAREDES!


Sobre a APOSTILA, ela tem somente 12 páginas o que facilita você administrar seu tempo para poder aproveitar o conteúdo. É algo que você vai adquirir, ter consigo, não algo que fica online por tempo limitado.


Mas, é claro, tenho que te dizer que enquanto mais rápido você despertar para a arte da Comunicação Não-Violenta, com certeza será mais enriquecedor para você e também para as pessoas que estão ao seu redor!


O material traz exemplos e te auxilia a compreender e praticar a CNV.


Sabe... É algo que está aí dentro de você porque você foi feito com amor. Um dia, você poderá realmente entender isso. Certamente quem é pai, mãe, já entende um pouco mais.


E para finalizar, seguimos com o nosso combinado! Vamos expressar o nosso sentimento e emoções! Vamos chorar, sorrir, gritar e assim também sentir! Expressar a nossa felicidade, alegria, gratidão ou também tristeza e solidão para poder sair delas!


AGUARDO VOCÊ NO PRÓXIMO ARTIGO!


Se quiser acessar o artigo que fala sobre o primeiro componente da CNV: OBSERVAÇÃO, clique aqui para acessar.

Sempre rumo ao Tesouro de Bresa e com muito Harbatol!
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